Com quais palavras a gente tem se tratado? Quais são as palavras que a gente diz pra nós mesmas sobre o que a gente é, o que a gente faz, como a gente atravessa os capítulos das nossas vidas?
Com quais palavras temos tratado o outro? Quais são as palavras que a gente diz para os outros, sobre o que o outro é, o que ele faz, como ele atravessa as cenas de suas vidas?
Com quais palavras os outros têm nos tratado? E como isso tem batido na gente? Para onde tem nos levado?
Palavras têm poder. De criar, de incentivar, de acolher, de abraçar. Ou, também, de minar, de destruir, de magoar, de machucar.
Eu, que sempre fui de falar muito, agora aprendi até a fazer as pazes com o silêncio para dar a dimensão do que cada palavra desperta em mim. Quem sabe assim também vou ficando mais cuidadosa nas minhas escolhas de palavras também.
Tenho em casa uma esponjinha que repete tudo. Então, fico ainda mais atenta. Com que palavras abastecemos os potinhos de repertório, cuidado, segurança e confiança dos nossos filhos? O que reforçamos de bom neles? O que repetimos quando estamos cansadas, pra logo vê-los repetindo também, e daí nos darmos contas que não dá pra seguir? O que eles repetem que já nos faz perceber que estamos no caminho certo também?
Vale para maternidade. E para todo o resto também.
Paroles, paroles, paroles…