Como arruma tempo na vida pra escrever, quando se tem que fazer outros trabalhos para viver? Essas perguntas rondam minha cabeça. Escrevi sobre isso – e convidei amigas escritoras para responderem
Dani, que importante essa edição! Gostei muito de ler você, Clarice, Lubi, Lorena. E acho que no fim é na brecha que a magia acontece né? E fiquei pensando, acho que arrumar a mesa é começar a escrever. Que cadernos ficam, que livros ficam, quais vão pra estante. Com quem você quer conversar? Enfim, passaria o dia conversando com vocês. Obrigada pela faísca/provocação, amei participar. Vamos juntas!
Dani, que texto necessário. Simplesmente amei. Além de enxergar em todas vocês as minhas dificuldades em priorizar a escrita, me inspirou demais. Obrigada por esse conteúdo rico.
socorro que era exatamente o que eu precisava ler hoje, essa semana, esse mês, esse ano?
minha cabeça tá um caos, mas outro dia guardei esse pedaço de uma entrevista da elvira vigna e lembrei agora: Tenho muita clareza sobre o motivo de eu fazer literatura. Pretendo, com ela, tornar minhas as histórias que fui obrigada a viver. Só tem um jeito de elas se tornarem minhas: é passarem pelos outros. Essa tentativa se dá no ‘mundo comum’, um termo da Hanna Arendt que designa o espaço das diferenças que me separam e me aproximam desse outro. (…) Esse compartilhar, esse admitir insuficiências e necessidades, a admissão de que precisamos da alteridade para viver, isso exige esforço. Alteridade vem de alterar. E alterar, principalmente alterar a si mesmo, dá um enorme trabalho”.
pensando aqui em como me altero depois de ler todas vocês :)
Uau essa mensagem! Que coisa linda, amiga, obrigada por esse entusiasmo, só me dá vontade de trocar ainda mais com você! E que demais esse pensamento. Li muito pouco Elvira Vigna, me manda essa entrevista? <3 A gente vai dando um jeito. A gente tem que dar. Porque por muito tempo a gente nem “podia” escrever, né?
eu sou muuuito fã dos livros dela, sempre são leituras que me fazem “destravar” (o que deu para fazer..., por escrito, nada a dizer, palimpseto). vai com tudo!
Seria ótimo termos o tempo e o lugar ideais para escrever. Mas nem sempre funciona assim para a maioria das pessoas que escreve. Penso que escrever com o tempo que sobra é também escrever com a parte de nós que escapa das atividades do dia a dia, do lado prosaico da vida. Nao romantizo, mas escrever se espalha como água. Nao há escapatória. Excelente texto e excelentes depoimentos.
Esse texto é um resgate. Estou buscando encontrar/reencontrar esse equilíbrio para a escrita. Estou lendo Grande Magia de Elizabeth Gilbert e ela traz um pouco sobre essa dinâmica de escrever entre tantas outras demandas da vida. Também lembrei de Annie Ernaux em A escrita como faca que comenta sobre a culpa de precisar escrever e "sair" um pouco de cena do convívio familiar. Interessante é pensar que para nós, mulheres, não é apenas a questão do trabalhar com outra coisa que intervém no ter tempo para escrever, mas como as questões do cuidado atravessam. Esse cuidar do outro que tira um pouco do cuidar de mim. Enfim... Amei muito. Obrigada pelo texto e pela busca da fala dessas outras mulheres autoras.
Querida, que bom que você gostou! E ainda trouxe Elizabeth Gilbert e Annie Ernaux pra conversa, gosto demais das duas. É isso, o trabalho do cuidado exige tanto, quando temos tempo? Ao mesmo tempo, esse mesmo trabalho do cuidado alarga tanto a nossa existência? Como não escrever mais?
Teu texto tem uma beleza simples e uma verdade que atravessa. Fala daquilo que muita gente sente, mas não sabe dizer: essa vontade de escrever mesmo quando o dia já foi inteiro pra outro lado. Escrever é transbordar, e às vezes a palavra vem no meio do caos, empurrando a porta, pedindo pra existir. No teu texto, isso aparece com leveza e coragem. Porque escrever mesmo sem tempo não é capricho, é sobrevivência. E seguir escrevendo mesmo sem o tempo ideal é também um ato de coragem.
Que acalanto para meu coração! Escrever nas brechas da vida me parecia falta de dedicação ao meu desejo de materializar histórias. 🥹 Gosto muito da técnica da Julia Cameron, mas tenho dificuldade de ser leal a ela justamente porque me vejo engolida pela rotina que me remunera.
Passei o dia todo com seu texto aberto no celular para ler e só consegui olhar pra ele agora. Me sinto representada por você e por todas as mulheres escritoras que deram seu depoimento, pensando que, nossa, elas TÊM livros publicados, e ainda passam por isso. As dicas me deram vontade de parar tudo, pegar o computador e escrever. Gostei da ideia de se dar o direito de testar vários momentos em que a vontade bate forte e sentir como reverberam e se são soluções possíveis para conseguir uma rotina criativa. Grata pela partilha. Precisamos sim falar bastante sobre isso. 🥰
Daniela, que texto bom! eu passei uns dias atrás pensando em como o ócio é, pra mim (e pra muitas pessoas com as quais converso), importante pra poder escrever. O ócio e o silêncio. E aí… onde conseguimos, nesta vida louca, achar essa combinação rara e privilegiada? Tem sido difícil. E eu, particularmente, não consigo me adaptar ao outro cenário, o de escrever no caos. Por isso, escrever tem sido tão um momento tão escasso e extraordinário. Quem bom não estar só. <3
A gente sempre acha que a nossa experiência é singular né?! Mas a verdade é que sempre tem alguém lá fora experienciando o mesmo que nós. Para mim, seu texto foi a prova disso. Trabalhar e viver exigem muito de mim nos dias atuais. Mas tenho tentado colocar o tempo de escrita na minha rotina como prioridade (um momento para mim, de conexão e que me ajuda a administrar melhor meus próprios pensamento). Porém tem vezes que mesmo encontrando a brecha me sinto cansada e frustrada por não ter a energia que desejava naquele momento. Mas acho que é sobre isso também né?! Escrever não é sobre o momento perfeito. Escrever é uma necessidade constante, mesmo quando tudo parece fora do lugar…
Amei, Dani! Obrigada pelo texto! Que reflexões importantes! Resgatar minha escrita tem sido um desafio em vários sentidos, inclusive o tempo - e olha que não sou mãe. Ver tantas escritoras incríveis fazendo os malabarismos que podem para persistir na escrita é um baita incentivo.
Dani, que importante essa edição! Gostei muito de ler você, Clarice, Lubi, Lorena. E acho que no fim é na brecha que a magia acontece né? E fiquei pensando, acho que arrumar a mesa é começar a escrever. Que cadernos ficam, que livros ficam, quais vão pra estante. Com quem você quer conversar? Enfim, passaria o dia conversando com vocês. Obrigada pela faísca/provocação, amei participar. Vamos juntas!
Passaria dias conversando com vocês, como queria! Obrigada pelas trocas tão poderosas, Gahbe, você é demais!
Dani, que texto necessário. Simplesmente amei. Além de enxergar em todas vocês as minhas dificuldades em priorizar a escrita, me inspirou demais. Obrigada por esse conteúdo rico.
Que coisa boa, Gabi! Dividir angústias pra respirar melhor <3
socorro que era exatamente o que eu precisava ler hoje, essa semana, esse mês, esse ano?
minha cabeça tá um caos, mas outro dia guardei esse pedaço de uma entrevista da elvira vigna e lembrei agora: Tenho muita clareza sobre o motivo de eu fazer literatura. Pretendo, com ela, tornar minhas as histórias que fui obrigada a viver. Só tem um jeito de elas se tornarem minhas: é passarem pelos outros. Essa tentativa se dá no ‘mundo comum’, um termo da Hanna Arendt que designa o espaço das diferenças que me separam e me aproximam desse outro. (…) Esse compartilhar, esse admitir insuficiências e necessidades, a admissão de que precisamos da alteridade para viver, isso exige esforço. Alteridade vem de alterar. E alterar, principalmente alterar a si mesmo, dá um enorme trabalho”.
pensando aqui em como me altero depois de ler todas vocês :)
Uau essa mensagem! Que coisa linda, amiga, obrigada por esse entusiasmo, só me dá vontade de trocar ainda mais com você! E que demais esse pensamento. Li muito pouco Elvira Vigna, me manda essa entrevista? <3 A gente vai dando um jeito. A gente tem que dar. Porque por muito tempo a gente nem “podia” escrever, né?
aqui, amiga: https://artebrasileiros.com.br/cultura/ira-de-vigna/
eu sou muuuito fã dos livros dela, sempre são leituras que me fazem “destravar” (o que deu para fazer..., por escrito, nada a dizer, palimpseto). vai com tudo!
Seria ótimo termos o tempo e o lugar ideais para escrever. Mas nem sempre funciona assim para a maioria das pessoas que escreve. Penso que escrever com o tempo que sobra é também escrever com a parte de nós que escapa das atividades do dia a dia, do lado prosaico da vida. Nao romantizo, mas escrever se espalha como água. Nao há escapatória. Excelente texto e excelentes depoimentos.
Que coisa linda, Marcinha! “Mas escrever se espalha como água. Nao há escapatória.” Vou deixar aqui pra lembrar sempre <3
Esse texto é um resgate. Estou buscando encontrar/reencontrar esse equilíbrio para a escrita. Estou lendo Grande Magia de Elizabeth Gilbert e ela traz um pouco sobre essa dinâmica de escrever entre tantas outras demandas da vida. Também lembrei de Annie Ernaux em A escrita como faca que comenta sobre a culpa de precisar escrever e "sair" um pouco de cena do convívio familiar. Interessante é pensar que para nós, mulheres, não é apenas a questão do trabalhar com outra coisa que intervém no ter tempo para escrever, mas como as questões do cuidado atravessam. Esse cuidar do outro que tira um pouco do cuidar de mim. Enfim... Amei muito. Obrigada pelo texto e pela busca da fala dessas outras mulheres autoras.
Querida, que bom que você gostou! E ainda trouxe Elizabeth Gilbert e Annie Ernaux pra conversa, gosto demais das duas. É isso, o trabalho do cuidado exige tanto, quando temos tempo? Ao mesmo tempo, esse mesmo trabalho do cuidado alarga tanto a nossa existência? Como não escrever mais?
Seu texto caiu como uma luva. Ontem estava me angustiando sobre o tempo e a energia para escrever.
Ah, querido, que massa! Tô gostando muito desse lugarzinho aqui, tem sido bonito acompanhar os processos de quem escreve
Teu texto tem uma beleza simples e uma verdade que atravessa. Fala daquilo que muita gente sente, mas não sabe dizer: essa vontade de escrever mesmo quando o dia já foi inteiro pra outro lado. Escrever é transbordar, e às vezes a palavra vem no meio do caos, empurrando a porta, pedindo pra existir. No teu texto, isso aparece com leveza e coragem. Porque escrever mesmo sem tempo não é capricho, é sobrevivência. E seguir escrevendo mesmo sem o tempo ideal é também um ato de coragem.
Que presente ler isso, Karla <3 A gente escreve e se encontra, né? Obrigada mesmo pelas palavras
"Escreva nas brechas". É exatamente sobre isso. E muito mais. Obrigada pelo texto!
A gente vai fazendo como pode!
Que acalanto para meu coração! Escrever nas brechas da vida me parecia falta de dedicação ao meu desejo de materializar histórias. 🥹 Gosto muito da técnica da Julia Cameron, mas tenho dificuldade de ser leal a ela justamente porque me vejo engolida pela rotina que me remunera.
Exatamente! Estou amando ler Gloria, parece muito mais próximo da realidade de quem faz tanto além de escrever
Passei o dia todo com seu texto aberto no celular para ler e só consegui olhar pra ele agora. Me sinto representada por você e por todas as mulheres escritoras que deram seu depoimento, pensando que, nossa, elas TÊM livros publicados, e ainda passam por isso. As dicas me deram vontade de parar tudo, pegar o computador e escrever. Gostei da ideia de se dar o direito de testar vários momentos em que a vontade bate forte e sentir como reverberam e se são soluções possíveis para conseguir uma rotina criativa. Grata pela partilha. Precisamos sim falar bastante sobre isso. 🥰
Que bom que você gostou! Mulheres se ouvindo, se ajudando, se motivando, né? E a gente escrevendo quando dá, como pode
Gostei bastante, interessante ver como cada um lida. Esse texto conversou muito comigo.
É uma alegria ler isso <3
Daniela, que texto bom! eu passei uns dias atrás pensando em como o ócio é, pra mim (e pra muitas pessoas com as quais converso), importante pra poder escrever. O ócio e o silêncio. E aí… onde conseguimos, nesta vida louca, achar essa combinação rara e privilegiada? Tem sido difícil. E eu, particularmente, não consigo me adaptar ao outro cenário, o de escrever no caos. Por isso, escrever tem sido tão um momento tão escasso e extraordinário. Quem bom não estar só. <3
Que bom não estar só, né? Essa busca pelo silêncio, meu deus, que saudade… Mas se a gente ficar esperando ele, o que deixaremos de dizer?
A gente sempre acha que a nossa experiência é singular né?! Mas a verdade é que sempre tem alguém lá fora experienciando o mesmo que nós. Para mim, seu texto foi a prova disso. Trabalhar e viver exigem muito de mim nos dias atuais. Mas tenho tentado colocar o tempo de escrita na minha rotina como prioridade (um momento para mim, de conexão e que me ajuda a administrar melhor meus próprios pensamento). Porém tem vezes que mesmo encontrando a brecha me sinto cansada e frustrada por não ter a energia que desejava naquele momento. Mas acho que é sobre isso também né?! Escrever não é sobre o momento perfeito. Escrever é uma necessidade constante, mesmo quando tudo parece fora do lugar…
Obrigada por compartilhar um texto tão rico ✨
Que bom que você tem defendido esse seu tempo pra escrita! A frustração vem, mas imagina como ela não viria se você não estivesse tentando?
Amei, Dani! Obrigada pelo texto! Que reflexões importantes! Resgatar minha escrita tem sido um desafio em vários sentidos, inclusive o tempo - e olha que não sou mãe. Ver tantas escritoras incríveis fazendo os malabarismos que podem para persistir na escrita é um baita incentivo.
Mãe ou não, todos parecemos estar numa corrida contra o tempo, né? Cavar essas brechas é buscar mais ar também
Sempre sensata! Bom te ler, e também a essas outras escritoras incríveis, e ver que não estamos sozinhas!
Que bom que você gostou! Essa companhia foi mesmo bem boa
Que vê pastel frito na hora não vê corre, né?
hahaha exatamente!